Viagra Feminino: A Pílula Rosa Funciona Mesmo?
Aí, depende... Entenda o que é e como (quando) funciona a pílula rosa: a mais nova promessa da indústria farmacêutica que vem dando o que falar no mundo inteiro
Seria mesmo maravilhoso se a igualdade de género tivesse finalmente chegado à indústria que, 20 anos atrás, lançou a tal pílula azul que mudaria para sempre a vida de homens com problemas de impotência sexual. Mas não é bem assim. Ainda que represente um primeiro e importante passo na tentativa de oferecer às mulheres a garantia do desejo e do bem-estar sexual, a pílula rosa, ou o viagra feminino, como foi carinhosa e exageradamente apelidado, tem lá as suas limitações e contra-indicações.
Além de um funcionamento bem diferente da famigerada pílula que devolveu a erecção – e a auto-estima – a muitos rapazes. Então, antes que você ouça os rumores e saia correndo atrás de viagra feminino nas farmácias, a 100Tabu vai explicar.
O Addyi, nome comercial para o princípio ativo Flibanserin, foi aprovado em 2015 pela FDA (Food And Drug Administration), agência reguladora responsável pela análise e liberação para venda de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos. Sua ação se dá exclusivamente no sistema nervoso central e consiste no aumento da produção dos neurotransmissores dopamina e norepinefrina, e na diminuição da liberação de serotonina nos circuitos cerebrais relacionados ao interesse e desejo sexuais.
Indicado para mulheres com TDSH (transtorno de desejo sexual hipoativo), que é a diminuição clínica do desejo sexual, especialmente na pré-menopausa, o medicamento deve ser tomado diariamente e não possui efeito imediato, sendo necessárias algumas semanas de administração para que sejam percebidos seus efeitos.
Algumas das polémicas relacionadas à droga dizem respeito à sua real eficácia, sobretudo se considerada a alta quantidade de efeitos colaterais observados em pacientes que fizeram uso do medicamento. Entre as principais reacções adversas estão sonolência, enjoos, tonturas, fadiga, insónia e até desmaios, geralmente provocados pela queda acentuada da pressão arterial. Também é importante salientar que todas essas reacções podem ser potencializadas se combinadas com ingestão de álcool ou de pílulas anticoncepcionais.
Como se vê, nada a ver com o seu antecessor masculino, cujo efeito de uma única pílula se dá em questão de horas e tem eficácia comprovada, além de registar baixa incidência de efeitos colaterais. Muito importante lembrar que, em ambos os casos, recomenda-se procurar um médico para o correto diagnóstico e tratamento de uma eventual disfunção. Dito isto há que se considerar que, no caso dos homens, o que se procura corrigir é uma falha “mecânica”. Assim, se há excitação e desejo sexual – como ocorre na grande maioria dos casos – o aumento da circulação sanguínea no pênis, por si só, já resolve o problema. No caso das mulheres, é bem mais complexo. Isso porque o que se procura estimular é justamente o desejo, a excitação para o sexo. E isso pode estar relacionado a muitos outros factores, inclusive externos e de natureza subjectiva, para os quais o Flibanserin não apresenta nenhuma eficácia. Desgastes no relacionamento, problemas hormonais e depressão são apenas alguns dos exemplos. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, para se chegar a um diagnóstico minimamente preciso para o tratamento do transtorno é preciso, primeiro, afastar essas possíveis causas para, só então, aplicar outros critérios específicos, inclusive testes físicos, relacionados à ausência ou redução do interesse na actividade sexual.
Ainda assim, ao menos para o fabricante da droga, trata-se do “maior avanço para a saúde sexual da mulher desde a invenção da pílula anticoncepcional”. Motivadas por essa promessa e pelo desejo de retomar seu apetite sexual, mulheres de todo o mundo saem em busca do que seria a solução para a reconquista da libido perdida. No mundo, entre os termos mais pesquisados relacionados ao tema estão “O que é Viagra feminino”, “Viagra feminino comprar”, “Viagra feminino preço” e “Quanto custa viagra feminino”. Alguma dúvida quanto à real intenção (ou necessidade) dessas mulheres?
Enquanto não se chega a um consenso sobre a nova droga – ou ao menos até que ela se torne mais confiável e sobretudo acessível – afrodisíacos naturais são o estimulante feminino mais consumido no mundo. Há inúmeras opções de estimulante natural no mercado e aqui, escolhemos a dedo alguns dos melhores. Sim, porque pelo menos no quesito “liberdade sexual e de costumes”, ainda que em pleno século XXI e na esteira dos movimentos feministas nas redes sociais, as mulheres enfim parecem ter conquistado alguma igualdade de direitos em relação aos homens.
Artigo retirado da "Loja do Prazer"